Teu Nome, Um Poema...
…um dos Meus Maiores Encantos!
Não voltes a falar-me de esperança (de vida), ou volta, já que me encanta ouvir-te, mas sem lhe dares, sequer, um nico que seja da tua vida, entendeste bem?
Poucas vezes te falo neste tom, repara, mas viraste-me do avesso!
Dizia até ontem que tinhas todos os direitos, mas, esse? Não tens!
Preciso de ti, não preciso que me recordes da cor que não quero usar, que nos separa.
Tu viste o que eu cresci quando a tua metade foi embora?
Fazes lá ideia do que se sente quando se olha depois, lá mais de cima!
Fazes lá ideia do que é tentar manter o equilíbrio, quando o suposto é estar tudo no seu lugar!
De repente, sem qualquer aviso, vemo-nos assim, a vacilar, tem que não te tens, prestes a cair!
Fazes lá ideia do que é estar num patamar com vista para aquela cor de que voltaste a falar hoje! Não quero crescer mais, não quero!
E não tens o direito porque simplesmente eu não te concebo assim a falar nesse tom verde baço, sem viço.
Faço lá ideia do que será, chegar ao topo, ser enorme, mas não conseguir ver(-te).
Não faço e não quero.
Deixa-me estar nesta espécie de cegueira que não é impedimento, que é, antes de mais, a defesa que encontrei para me iludir.
Quero-me pequena, quero olhar e saber que te encontro sempre, ali, grande, pronta para o enlace que fizemos tão nosso.
Hoje, mais do que nunca, não quero ver-te chorar, perdoa-me.
Permite que te fale eu de uma outra cor, que não desse verde esbatido, que fez com que aquele nosso almoço se tornasse tão ausente de calor.
Entre nós haverá sempre vermelho!
Entre nós não há patamares, há uma janela, ou, se preferires, tudo bem, que seja um patamar, mas que ele tenha também a porta para que possamos entrar ou sair, assim nos dê vontade.
É para ti que falo, é de ti que preciso.
Contigo alcanço a outra tua metade, e ao ver-te completa, completo-me.
Fala-me das outras cores, da dos teus olhos, fala-me da forma como me olhas, mas desse verde, não.
Já não estou com o mesmo tom de voz.
Eu era lá capaz de te repreender! É que não gosto de te ver chorar, tu sabes que não.
Adoro sentir-te comigo e quando se intromete algo que não nos faz qualquer falta porque incomoda, nos põe mal, já sabes que me passo.
Vês que já estás melhor?
Só falta mesmo que te peça um mimo.
Deixa que te olhe daqui de baixo a ver-te sorrir, enquanto esperas que eu chegue e me junte a ti, na janela do nosso abraço, essa, que, todos os dias, abres para mim.
Emociona-se o céu e num suspiro comovido...
Dilui-se em mil cordões que vão pendendo
Um a um sobre um Ser tão belo!
Abrem-se os olhos das nuvens
Radiosas,
Dançando a música da primeira madrugada...como
Anjos loiros, querubins rosados...
Lançam aromas de frutos silvestres sobre
Um prado que se prepara para se juntar ao doce bailado, com
Cânticos, com voz de poema, tão subtil como
Aquele Ser tão belo que continua calmo, sereno...
Soltam-se bandos de pássaros que o acompanham em chilreios.
Falava-te dum sonho, da paisagem mais bela, do
Riso das estrelas cadentes...Falava-te da festa que faria,
A que te daria se a pudesse suster,
Dourada, na planície das minhas mãos abertas
Em mil flores da cor dos teus olhos meigos, maternos!
Irias repousar então, embalada num colo que me ensinaste
Só teu, Mãe!...Só teu!...
Aquele Ser tão belo eras tu...aquele
Bailado doce era o meu sonho, o meu presente para ti...
E tudo o mais: os anjos, os olhares das nuvens, o suspiro do céu, o
Leve bater de asas dos pássaros...as grinaldas que ornariam teu olhar de Mãe!
publicado por
encanto 11 de Março de 2007