Velhice...
Fui envelhecendo com o tempo
meu corpo parece tule
todos foram numa partida
choro neste degrau da vida
fiquei muito mais rezinga
sinto-me como um dejecto
já não precisam porque
não sirvo, não presto!
Lágrimas molham meu dia
envolvida em recordações
fui autora duma família
ainda terás esta fisga?
o tempo levou-te a boina
com ela a paciência
a mim todas as ilusões
falo com meus botões
não sirvo, não presto!
(fotos de João Garcia)
Fatyly
Filho és...pai serás, assim como fizeres assim acharás!
de Fatyly às 22:03
6 Comments:
Ora bem!
É triste ver como alguns filhos desprezam e maltratam os pais!
beijocas
Sempre me perseguiu este ditado.
Não sei se estará muito certo.
Os filhos são o resultado da educação que se lhes deu, acrescentada do amor que se lhes deu, ou não.
Este ditado é muito antigo, quando as relações dos pais com os filhos não eram as melhores, e os pais nem mostravam afecto.
Sempre vi este ditado como uma ameaça, dos pais que não souberam ou quizeram mostrar amor, aos filhos.
Beijinhos
Wind de facto é triste, sobretudo quando como pais, deram tudo.
Marta concordo, sempre achei este ditado com duas conotações:
- Uma ameaça versus cobrança
- Uma realidade
porque sempre houve pais e pais, filhos e filhos.
Como se pode dar amor e carinho a quem nunca nos soube dar? É apenas quando precisam? Quantos há que amam mais a ama, a madrinha, um desconhecido que sempre os amou e acarinhou e criou do que os próprios pais?
Daí quando vejo tantos velhos nos lares, nunca visitados...o que terão feito? o que os levou ao total abandono?
A vida era tão dura, tão pouco educativa, tão pouco amigável que não havia lugar à perda de tempo com os afectos.
E também temos o reverso da moeda, pais que sempre foram pais com "P" grande e não mereciam sofrer tanto com o abandono dos filhos.
É uma faca com dois gumes, porque em cada mão temos cinco dedos e nnhum é igual. Cada caso é um caso.
Beijos
Estou bem feito, estou, faço 40 anos no Sabado.
Chegou a velhiçe ou a crise de meia idade.
Também eu era mais apegado à minha ama que aos meus pais. Porque familia são aqueles que nos dão amor, e isso é mais importante que os laços de sangue. Os pais tavam sempre fora a trabalhar e pouco os via.
Por muito que goste dos meus pais, até hoje, nunca cosegui estabelecer uma relação sólida com eles, talvez faltem as bases daqueles anos, não sei.
Aliás, há coisas que só admito à minha mãe e não ao meu pai porque na minha cabeça ele não tem o estatuto de "pai".
Isto não é, contudo, razão para os abandonar. Até porque o tempo passado fora a trabalhar era para tentar dar-nos uma vida melhor. Por isso também não se pode culpar os pais de animo leve.
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