Quem são os CONVENCIDOS DA VIDA?
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa.
Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la.
Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes».
Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas.
Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O'Neill, in 'Uma Coisa em Forma de Assim'
7 Comments:
Completamente de acordo com Alexandre O'Neill:)
Beijos
Tanta gente que me veio à ideia quando li este teu post!
Carla
conheço alguns convencidos da vida... :p
Bem apanhado, pelo homem que um dia saiu de casa dos país,
porque discutiu com os pais sobre levar o chapéu-de-chuva para a rua ou não.
Há muitos!
beijinhos
O O'Neil percebia bem a natureza humana!
De facto um grande observador cuja lente simples captava o cerne do ser humano e na sociedade.
Beijos para todos
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