A dor de perder um filho!
Desde que me lembro que sou gente, sempre me aterrorizou o desaparecimento de uma pessoa e sobretudo de uma criança.
Neste mundo cão há filhos da puta que maltratam os próprios filhos, netos, crianças a seu cargo, infligindo nos indefesos as suas maluqueiras maquiavélicas.
Outros que tudo fazem em prol dos seus filhos, vêm-se privados dos mesmos num simples estalar de dedos!
Se a morte de um filho e vê-lo num caixão é terrível de suportar, com o desaparecimento não encontro palavras.
Todo o cuidado é pouco e nunca os perder de vista é a palavra-chave principalmente quando pequeninos. Quando adolescentes é aquela cova no estômago que não nos deixa dormir enquanto não os ouvimos meter a chave à porta.
Voam e a preocupação continua. Com netos a dose é duplicada ou triplicada!
Que sufoco!!!!!!
Na hora do acontecimento há o impacto jornalístico e depois...o silêncio sepulcral!
Sei que os processos não são arquivados mas porque não há uma informação judicial sobre os desaparecidos? O que têm feito?
Julgo que os pais e familiares, enquanto vivos jamais baixam os braços, mas terão eles todos os apoios/informações/passos que estão a ser dados?
Porque os media de vez em quando não fazem uma pesquisa para saber o que realmente se está a fazer já que a memória é curta, bem curta, sobretudo num país onde a lesão dos "dourados da bola" cobre quase metade dos tele-jornais e da imprensa escrita?
A todos que "não sabem dos seus filhos" e são tantos em Portugal...o meu silêncio num rolar de lágrimas infindável e lamento de não ter poderes de tantos heróis da banda desenhada, para vos ajudar a encontrar o vosso maior tesouro.
12 Comments:
É isso aí.
Escreveste tudo.
Um abraço grande ()
beijocas*
Sem querer retirar a dor (digna) do pais, a minha opinião pessoal sobre o assunto em questão foi tal situação de "a ocasião faz o ladrão"... não se deixam 3 crianças menores sozinhas... o preço a pagar pelo jantar foi demasiado alto...
Wind obrigado
Black Cat também tens razão. Ainda ontem quando fui ao Modelo, não sendo uma das maiores superfícies, dei por um garoto perdido, agarrei-o e às tantas pelos microfones lançaram o apelo. Pois é...os pais entretidos com a merda de coisas para o carro, ficaram atónicos e eu só lhes disse: a minha vontade era dar-vos um murro por cada lágrima que o vosso filho já deitou. Julgas que disseram alguma coisa? Eu com os nervos já nem fiz as compras e já perto do carro deu-me um acesso de vómitos que o segurança do parque veio logo em meu socorro. É normal acontecer-me isso após um susto/raiva/fúria do caraças, porque nunca agredi ninguém. O meu médico já disse...oh mulher arranja um saco de pancada e anda sempre com ele:):):):):):)
Todo o cuidado é pouco.
Estou contigo.
no entanto não podemos esquecer que somos seres humanos e por mais cuidado que possamos ter, não estamos (infelizmente) imunes á desgraça... e nem poderemos proteger os nossos filhos para sempre.
Lamento pela criança que não merece um destino destes. é por estas que sou ateu.
Deus não existe e se existe e não serve nem para proteger uma criança de 3 anos, então não nos serve para nada.
Deixemo-nos de lérias, SOMOS NÓS, que temos que olhar pelos nossos.
kiss, kiss!
Cara Fatyly:
Quer no post quer no comentário disseste o que é importante dizer.
Deve ser horrível o sofrimento da criança, mas não menor o dos pais, a cujo desespero se junta o complexo de culpa.
Um beijo.
Francis de facto não podemos proteger os nossos filhos para sempre, mas mesmo já crescidos e com filhos nunca devemos ter medo de dizer o que de errado achamos
Respeito quem é ateu, mas eu acredito no que acredito, por vezes a força impulsionadora de quem sempre lutou sózinha e em épocas bem dificeis, mas sem fanatismos e dogmas absurdos.
Olhar pelos nossos e denunciar o que de errado encontramos é um dever de qualquer cidadão. Quando um filho se queixa de algo, há que nunca desvalorizar, mas apurar a verdade, porque por vezes descarrega-se nos professores e educadores, quando de facto o nosso filho fez das deles.
Torquato da luz, nem sequer consigo imaginar, deve ser um pavor porque como mãe sempre disse: antes morta do que desaparecida, mas daria a minha vida por elas.
As televisões devem ter lido este meu post...gargalhadas...porque hoje ouvi falar sobre alguns desaparecidos portugueses, cujas investigações ainda continuam.
Beijos a todos
Como mãe acho que não deve haver pior dor do que ver um filho desaparecer. Não se consegue fazer o,luto dessa dor...e é uma vida inteira de esperanças sempre perdidas. Será possível VIVER com esta dor de ausência?
Carla
Não será isto uma questão politica, visto que o Turismo fica afectado ?
Não será a luta desenfreada das audiencias ?
O Ano passado desapareceram 36 crianças, ouvis-te falar delas ?
eu não !
Um beijo
O Tozé disse aquilo que me anda a enraivecer.
Tudo esta atenção porque é uma criança inglesa e estão cá os jornalistas estrangeiros: noblesse oblige!
E as crianças desaparecidas portuguesas? Que é feito das notícias, para ao menos se poder ajudar a procurar!
Quanto à dor....nem quero imaginar o que pode ser!
Carla deve ser horrível.
Tozé Marta se leres bem, refiro qualquer criança desaparecida em Portugal onde há o impacto noticioso e depois o silêncio. Já referi que parece que leram o que escrevi, porque deram noticias sobre os desaparecidos e inclusivé os rostos e depoimentos de familiares. Segundo o que ouvi há apenas 8 casos por resolver, daí eu pensar:
- ou já ocorreram há muitos anos (recordo o jovem da Serra da Arrábida) e são arquivados
- ou encontraram e nada disseram à opinião pública, excepto 4 casos e um deles bem recente.
Sinceramente estou-me nas tintas se é ou não questão politica versus turismo, há que trabalhar unificando forças, já que cada país tem a sua forma de trabalhar.
O que se está a passar com Mad, foi o mesmo com Joana - e não me recordo de qualquer "ponto de situação" por parte da judiciária, factor bem diferente com os ingleses que emitem comunicados ao povo, mas também não sei se são bem sucedidos nos casos.
Deveria haver sim, um comunicado mensal por parte da judiciária sobre o ponto da situação dos desaparecidos, mas a nossa legislação impede tal coisa que por vezes atrapalha a investigação.
Devemos ser coerentes e não pensar que estão a ter tratamento "vip", julgo eu que o procedimento é igual com os nossos, mas só os pais cujos filhos ainda não foram encontrados é que poderão dizer a veracidade dos actos judiciais.
Beijocas
Por não haver certezas e se as têm não divulgam,já que não havia sistema de video-vigilância, a emissão de um robot do suspeito é de muita responsabilidade porque como humanos que somos todos temos características físicas idênticas, atenção que não digo iguais.
Depois qualquer criança, com um chapéu, calções ou vestidinho por trás são iguais!
Os pais e avós, por mim falo devem estar atentos, muito atentos porque também temos medo, mas quem não deixou os filhos sózinhos por breves minutos...que atire a primeira pedra.
Na praia já por três vezes pesquei garotos cujos pais trabalhavam para o bronze.
Conto um episódio que aconteceu com a minha filha mais nova numa praia. Tinha ela 5 anos. Sempre tive a preocupação de usarem uma t-shirt cortada abaixo do peito e um chapeú identificativo, porque todos juntos parecem iguais.
Toma atenção às miúdas, que vou ali tomar um café. Dez minutos depois quando cheguei o pai delas estava desnorteado porque a perdeu de vista. Fiquei sem fala e lembrei-me de algo que aprendi com socorristas africanos: vira-te para o sol e depois caminha de costas para ele em linha recta sem curvares. Com a outra pela mão e sem querer saber dele para nada, andei e lá estava ela no meio de uns vinte garotos. Isto e apenas num quarto de hora!
Peguei nelas e vim-me embora sózinha. É um sufoco e por vezes as criaças cegam-nos.
Falaram agora a mães de Rui Pereira e Rui Pedro.
A angústia continua mas que não perderam a esperança de os voltarem a ver.
Foi há 9 anos e não havia as tecnologias de hoje e o que estão a fazer neste momento no Algarve e até no caso de Joana, poderiam ter feito com os seus filhos. É um latejar constante de uma ferida que nunca se fecha.
Aqui aplica-se uma frase de António Barreto, que ouvi ontem:
"Portugal cresceu muito...mas podia ter sido bem melhor"!
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