quinta-feira, maio 10, 2007

Vasculhando sotãos...

Dores e amores

Nenhuma dor é passageira, todas doem
para o resto da vida.
Perseguem-nos nas horas inquietas,
quais fantasmas secretos e sombrios.

Também os amores deixam um rastro imperecível.
Por mais que tentemos arrumá-los
em qualquer canto da memória,
regressam sempre.

Mas são as dores e os amores
que nos seguram ao correr dos dias.

(2005)
Torquato da Luz

Que me serve?

Que me serve
O caminho, se tudo passa
Na estrada?

Que me serve
A saída
Se me negam a entrada?

Que me serve
A porta aberta se a entrada
Me é vedada?

Que me serve
Sentir o perto
Sendo ignorado?

Que me serve
O grito
Se meu gritar não é ouvido?

Que me serve
O palco vazio
Com o pano descaído?

Que me serve
O bem sentado
Se o espectáculo foi anulado?

Que me serve
O rótulo de bem comportado
Sendo lixado?

Que me serve
O motor avariado
Que me deixa apeado?

Que me serve
O existir
Neste lento esvair?

Que me serve
Haver Liberdade continuando
Enclausurado?

Enclausurado nesta clausura
Nua, crua
De rosto engelhado

Sem cor, desmaiado
Sem piedade
Sem idade!

Abril de 2007

Carva





















(2005)

3.3.05

O anonimato da web pode originar que façam juízos de valor sobre as pessoas que escrevem nos blogues. Podem ser pessoas, que aproveitam esse anonimato, para dizer coisas, que, noutras circunstâncias, não diriam, seja qual for o tema. Não precisam de ser temas polémicos, não precisa de ser sobre a própria vida, podem até ser banalidades...
Tenho lido alguns, que me chocam, não por ser moralista, mas porque acredito que não são retratos reais, é só para chamarem a atenção de uma vasta plateia, que é a web. Não sou intelectual, nem me pretendo passar por tal. Sou como sou e encontrei um espaço a que acho graça e onde posso dizer algumas coisas. Já destilei alguma raiva, que afinal até nem tinha grande razão de ser, mas na altura, ajudou-me. Depois, apaguei tudo, porque não fazia sentido. Não procuro relações e não posso criticar quem o faz, porque cada pessoa sabe de si e é capaz de saber até onde pode ir.
Vem isto, a propósito de uma conversa que tive com alguém. Não porque essa pessoa tivesse dado a entender que fez um juízo errado de mim, bem pelo contrário, mas porque fez uma análise, só uma análise. Apercebi-me que estou exposta, porque o que escrevo está sujeito a várias interpretações, (apesar de eu escrever pouco), dependendo apenas de quem lê. Damos a entender que somos de determinada maneira e a realidade é outra. Também eu posso avaliar os outros pelo que escrevem e no entanto, não o devo fazer, porque posso ser injusta.
Esse anonimato tem a grande vantagem de se poder acabar com tudo, apagar tudo e, ainda, recomeçar noutro lado, com outra identidade, como já vi acontecer.
Mas depois disto, quero dizer que gosto de ser visitada por quem por aqui passa e comenta e nunca me senti ofendida nem ultrajada por qualquer comentário. Apareçam, porque são bem-vindos, porque eu vou continuar a aparecer nas vossas moradas e a comentar quando achar que o devo fazer.
Pronto, já disse!

Lúcia

5 Comments:

Blogger wind said...

O poema de Carva e o texto da Lucia estão muito reais e bons!
Beijocas*

10/5/07 18:25  
Anonymous Anónimo said...

Tou um bocado a leste.

Quem é a Lucia ?

10/5/07 22:29  
Blogger Lúcia said...

tão antigo.....
e tão actual :)

11/5/07 00:23  
Anonymous Anónimo said...

Bó, há umas semanas escrevi sobre esse tema do anonimato. Eu só tenho uma resposta: quem não gosta, não visita mais!
Agora ninguém tem o direito de criticar ninguém, e muito menos pessoas que não conhecessem.
Respeitinho!!!

11/5/07 14:39  
Blogger Fatyly said...

Wind realmente é verdade:)

Migvic a lúcia é a lúcia dona de uma espaço lindissimo. Vai lá ver:):)

Lúcia e foi por essa razão que o reboquei para aqui:):)

BlackCat eu li e respondi e "Respeitinho" é lindo e sabe muito bem :):)

Beijocas

11/5/07 18:59  

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