sexta-feira, setembro 21, 2007

Sempre fui uma pessoa ansiosa.














Por exemplo na véspera de alguma coisa que tenho que fazer, uma viagem, uma ida ao médico, etc, etc, é que fico mais agitada.
Se passo por algo terrível, resolvo tudo "pegando o touro pelos cornos", supero e só depois é que fico completamente prostrada e por diversas vezes fui parar ao hospital - diagnóstico...vesícula. Feitos os exames não encontravam nada.
Finalmente com médica de família, que desde já digo "é excepcional", perante este cenário bem esporádico, estudou, analisou e disse-me que era tudo provocado pela ansiedade e mais esquisito ainda...sem sintomas de medos era sempre após algo traumático. Isto já vem do tempo da guerra.
Assim quando passo por uma situação um pouco mais...enfim...tomo um quarto de um comprimido receitado por ela, não dá sono nenhum, acalma a parva da vesícula e assim livrei-me do mal-estar terrível do após.

Podemos desencadear uma "fobia" e a única que tenho é de "multidões" e depois de ler o artigo abaixo, aqui aponto como causa provável "os dois dias e duas noites que passei no aeroporto de Luanda num mar de gente empacotada, silenciosa e opaca para fugir sem saber para onde"!
Se vou a conduzir e deparo-me com um acidente, onde tudo começa a empacotar-se num hábito tipicamente português "cuscar", nada se altera em mim excepto uma raiva perante os cuscos que só empatam. Agora por exemplo, estar num concerto com tudo ao molho e fé em Deus, não seria capaz. Já fui mas todos sentadinhos. Num estádio de futebol? Nem pensar.
Falo das multidões compactas e não das que me dão um certo espaço.

Andava eu por aqui a ler e encontrei algo muito interessante (pouco coincidente no meu tipo de ansiedade, talvez pela minha forma de ser, não fosse eu a aberração da psiquiatria e psicologia - dito por um grande amigo meu que exerce as duas especialidades - gargalhadas) e que nem sequer sabia que havia "nomes pomposos para tantos medos"...mas não encontrei o nome que dão à "fobia de multidões" a não ser que tenha visto mal!

O artigo:
"Ansiedade é uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de medo, perigo ou de tensão, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido,nervosismo, aperto no tórax, transpiração, etc.
Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua auto-estima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las. No entanto, o termo ansiedade está de certa forma interligado com o a palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter o medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.
Esses dois aspectos tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por uma escolha, acredita-se que de certa forma, alguma palavra dita no seu passado por alguém, uma ofensa, um comentário, uma atitude negativa em relação a pessoa que sofre desse mal, pode ser a causa principal do surgimento desses sintomas.
É necessário então que a pessoa encontre um meio de superação e continue vivendo, tendo a certeza, que as coisas ruins vividas no passado servirão apenas de crescimento e amadurecimento futuro.
A actividade física está associada à redução de estados de ansiedade.
As pessoas ansiosas têm um vasto número de sintomas. Muitos resultam de um aumento da estimulação do sistema nervoso vegetativo ou autónomo, que controla o "reflexo ataque-fuga".Outros são " somatizações", ou seja, os doentes convertem a ansiedade em problemas fisicos, incluindo dores de cabeça, distúrbios intestinais e tensão muscular. Cerca de metade das pessoas com ansiedade sofrem principalmente de sintomas físicos, normalmente localizados nos intestinos e no peito.
Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. A ansiedade acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou freqūência pode se tornar patológica e acarretar em muitos problemas posteriores, como o transtorno da ansiedade.

Lista de fobias - Esta lista traz a relação das fobias, ou seja, dos medos mórbidos, identificados pela Psiquiatria. "

Perante isto há que respeitar quem sofra de tais fobias, umas bem mais graves que as outras e nunca gozar com a situação de quem padece.

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Também sou super ansioso e detesto multidões.

22/9/07 11:12  
Blogger wind said...

Bem escso de ir às minhas médicas.lololol.
Tudo o que está aí é verdade.
O que tu tens, também tenho e chama-se agorofobia.
No meio de muita gente fico tonta, vejo tudo à roda, tenho de me agarrar a quem vai comigo,,, por isso não vou a concertos em estádios, nem a sítios onde haja muita gente.
Escreveste aí algo muito importante que muita gente não sabe"Esses dois aspectos tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por uma escolha, acredita-se que de certa forma, alguma palavra dita no seu passado por alguém, uma ofensa, um comentário, uma atitude negativa em relação a pessoa que sofre desse mal, pode ser a causa principal do surgimento desses sintomas."
Aí está o cerne da qestão e muitas vezes para resolver isso, mesmo com terapia demora anos.
e já fiz um testamento.lololol
beijocas*

22/9/07 11:41  
Blogger peciscas said...

De uma forma ou de outra, todos temos as nossas ansiedades e as nossas fobias.
No meu caso, tenho várias. A da vesícula é que já não me poderá atingir, pois já não a tenho ( a vesícula...)

22/9/07 19:11  
Blogger Fábula said...

eu também sou um pouquinho ansiosa, mas (pelo menos até agora) convivo bem com isso. =)

22/9/07 20:55  
Blogger Fatyly said...

migvic
eu não sou super ansiosa, controlo facilmente...mas multidões jasus:)

Wind
O artigo não é meu é do link onde está a lista.
Olha só agora é que descobri:agorofobia sim senhora:).
Evito, mas fui obrigada a saber lidar/dominar/enfrentar a situação tal como andar em transportes públicos a abarrotar de gente. Metro, também andei mas por vezes fazia o percurso a pé. Os sintomas que sempre tive é apenas muita sede(levo água) e suar em bica (sempre usei um leque para não falar abano) lolll. Já fui a três estádios de futebol, o Hasel, o Maracanã e o principal da Holanda que não me recorda o nome, mas VAZIOS:)))))
Mas só de pensar estar neles completamente cheios e todos aos pulos...muito obrigado, mas não vou:)))

O que referes do artigo é bem real, sei de casos bem mais graves que demoraram anos e outros que nunca se resolveram.

Peciscas
De facto é isso mesmo, todos temos um pouco. Andei anos à volta da vesícula, pobre coitada sem culpa nenhuma e há 15 anos quando fui para esta médica é que detectou ansiedade. Fico ansiosa mas enfrento tudo, mas tudo sem quaisquer situações anómalas e depois de tudo passar é que acontece "o cenário de uma crise de vesícula" que dá um mal estar terrível e prostante.
O medicamento que ela me deu, só tomo 1/4 de um comprimido apenas perante situações que me levem ao extremo. O último foi o pequeno acidente que a filha teve e que contei lá mais abaixo.
Segundo os médicos e principalmente das muitas conversas que tive e tenho com o meu amigo que referi, faz parte da minha pessoa três ferramentas muito boas: sou extrovertida, muito optimista e super refilona.

fábula
eu também e pelas razões que já referi, mas podendo evitar multidões empacotadas sobretudo em lugares de lazer, evito.

Beijos

22/9/07 21:55  
Anonymous Anónimo said...

olá, é bem verdade oque diz o artigo, digo por conhecimento de causa, e posso até dizer que o medo mata, sim mata,

e vai ser a doença do seculo acreditem.

bem-haja amiga

Fernando

22/9/07 22:58  
Blogger Fatyly said...

Fernando
mata de facto quando a própria pessoa não ajuda e não quer ser ajudada. Sempre houve mas agora os médicos estão mais atentos e já não é vergonha enfrentar enfrentá-la de frente e sem vergonha.

Beijocas

23/9/07 09:39  
Blogger Elipse said...

essas são coisas que não se podem controlar nem criticar. Eu já vi a roupa da minha filha colar-se ao corpo quando (quase) a forcei a entrar no metro para saber se aquilo era mania... neste caso é uma claustrofobia inevitável, é capaz de subir a pé ao 13º andar mas não se mete num elevador.
Vá lá saber-se porquê...

23/9/07 10:33  
Blogger Fatyly said...

elipse
claro que sim e nada de a obrigar ou criticar porque sei bem o pânico que se gera em nós.
Comigo passou mas porque a vida pregou-me uma partida:

Eu quando estava grávida da minha filha mais nova é que nem pensar andar em elevadores e metro. Subia e descia seis andares. Quase no fim da gravidez e como tinhamos duas horas para almoço, o pessoal saiu todo, eu almoçei lá dentro e depois vim dar uma volta. Disse para comigo, hoje vou de elevador vou tentar enfrentar o papão. Começou a descer, faltou a luz entre o 4º e o 3º. Sabia que todas as portas do edificio incluindo a da portaria fechavam-se automaticamente por questões de segurança e também sabia que não estava ninguém. O alarme tocava o que eu ouvia muito distante. E agora? Alguém viria, mas comecei num jogo psicológico vamos controlar,acendi a minha lantera, sentei-me no chão do elevador, abanei-me a respirar fundo, os batimentos cardíacos foram sossegando, controlei e adormeci. Não dei pela luz chegar e ele desandar para o rés-do-chão:))))) Todos sabiam que eu e os elevadores não nutriamos simpatia nenhuma.
Acordei com vozes muito suaves e dois bombeiros a pegarem-me ao colo, nada fácil pois eu engordei 30 kgs e eu só disse: ai que maravilha nem vos digo a bela soneca que fiz. Trabalhei toda a tarde e com as inevitáveis perguntas se estava bem. Claro que estava:)
Digo-te que tudo passou, não gosto de elevadores, nem de metro, mas a partir daí ando sem qualquer problema.

Beijocas

23/9/07 19:11  
Blogger ivamarle said...

não é a agorofobia? eu também não suporto multidões, embora não entre em pânico, limito-me a evitá-las; talvez por isso em toda a vida só tenha ido a um concerto, na Aula Magna da Reitoria, confortavelmente sentada a ouvir Al di Meola; Stanley Clark e Jean-Luc Ponty, adorei!!!!!!!!

26/9/07 21:01  

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