Li-o de seguida e aconselho!
sendo sobre um cão, o livro é sobre os homens
(...)
Mas à noite, logo que se fechou a porta da cozinha, começou o fadário, palavra que minha mulher repetiria durante muitos anos.
O fadário tanto podia ser ele raspar a porta até ficar com as unhas em sangue, como uivar até lhe dar umas sapatadas. Parece que gostava, pelo menos preferia isso a estar fechado e sozinho. Queria que lhe prestassem atenção, ser o centro, ainda que para tal, mesmo já depois de muito ensinado, tivesse que mijar o chão da cozinha ou, em ocasiões de especial susceptibilidade, o tapete da sala.
Então a minha mulher dizia como quem carrega uma cruz: Isto é um fadário.
E ele abanava o rabo, todo contente. Tinha conseguido o que queria: a atenção da dona a quem acho que considerava mãe. Por isso lhe queria tanto e a atormentava até mais não. Mas não só a ela. A todos nós. Era talvez um exesso de paixão misturado com altivez e alguma perversidade.
- Vem cá.
É o vens.
- Vai-te embora.
E ela vinha.
- Fica
E ele virava as costas.
- Em pé
E ele deitava-se
(..)
O sonho dele era dormir no mesmo quarto, senão na mesma cama de um de nós. E ter alguém, especialmente a dona, a tratar dele. Queria estar sempre junto de um de nós, principalmente daquele que o não quisesse ao pé de si. E não podia ver uma porta fechada. Começava logo a raspar.
- Este cão tem um problema, disse por fim o meu pai, está convencido de que não é cão.
(...)
e o poema é lindíssimo
10 Comments:
Tenho-o e já o reli várias vezes.
já o li, e também gostei muito :)
Ainda não li, mas anda engatilhado
Confesso que tenho o livro mas ainda não calhou de o ler.
Agora, depois do que vocês dizem, vai mesmo já a seguir!
É imperdível!
já o li e gostei :)
não o li, nem o vou ler.
Patétices de um homem que queria ser presidente da Répública.
É de facto um grande livro com uma grande lição de vida.
Obrigado a todos
Beijos
Eu comprei logo a 1ª edição para oferecer a uma pessoa especial, e depois também li... É, de facto, um excelente livro! E lê-se de seguida, sem se conseguir parar.
O Manuel Alegre? O fulano que cumprimentou efusivamente o SUSPEITO de Pedofilia, Paulo Pedroso, à entrada da Assembleia da Republica e que considerou o dia como "o Segundo 25 de Abril"?
Este homem perdeu toda a minha consideração. Estou como a Catalina Pestana que se afirmou entristecida com as imagens que viu.
Para sermos grandes, não basta dize-lo, mas faze-lo!
Não o li e jamais o lerei.
Não pactuo nem com criminosos nem com os seus amigos.
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