terça-feira, abril 15, 2008

Campanha - Um texto sobre SIDA

A minha colaboração na "Campanha" proposta pelo blog SIDADANIA


O Bicho Papão - Publicado por RU2X em Setembro/2006

Aparecem de quando em vez, em tudo quanto é site sobre sida, participações que me fazem pensar o que a população em geral pensa em relação à infecção pelo VIH.
Sobre os modos como o vírus se transmite acho que a informação existente é bem clara e não deixa dúvidas a ninguém. As relações de maior e menor risco, embora sejam claras é que parece criaram uma paranóia colectiva sobre uma possível infecção. Aparentemente todos parecem pensar que qualquer relação fora do casamento, união de facto, ou parceiro habitual é automaticamente sinónimo de infecção. As pessoas no entanto não parecem preocupar-se que o parceiro habitual possa eventualmente estar infectado, por ter falhado na fidelidade á pessoa com quem usualmente pratica sexo.
Ao haver uma relação chamada de risco, as pessoas parecem ter tendência em procurar informação acerca de sintomas, que eventualmente possam ser um barómetro indicador de infecção antes de se decidirem fazer um teste de rasteio ao vírus.
Acumulam as suas dúvidas, e somatizam os sintomas passando a senti-los na realidade e a pouco e pouco qualquer borbulha, diarreia ou outro mal estar , é imediatamente associado á ideia de que estão infectados.
Quando finalmente se decidem fazer um teste ao VIH, estão de tal maneira perturbados que mesmo que o teste dê negativo se questionam sobre a eficácia do mesmo. É normal aparecerem pessoas com dezenas de testes feitos com resultados todos negativos e que continuam a questionar-se e a pensar que estão infectados.
Afinal onde é que está o problema? Na informação ou nas campanhas de prevenção? A maneira como as campanhas são feitas ou como a informação sobre o HIV lhes é apresentada tem lacunas?
É difícil tirar conclusões, mas que algo está errado disso não tenho dúvidas.
Acho que quase tudo o que foi feito em relação à sida, foi incutir nas pessoas ideias de morte, internamento em hospitais e medo. Ainda hoje os documentários apresentados na televisão mostram na sua maioria teatros de sofrimento, dor e morte.
Quando será o dia em que finalmente vamos ver o HIV/SIDA , como uma doença crónica tratável e que as pessoas infectadas podem ter uma vida social e de trabalho igual à das pessoas não infectadas, e que os seropositivos não são um risco para a sociedade. Não me refiro à classe médica nem à classe das pessoas bem informadas, se bem que mesmo nestas classes haja elementos dissonantes, no seu dia a dia.

Há trabalho a fazer para desmistificar o HIV/SIDA, que tem de ser feito e quanto mais cedo melhor. Da minha parte se puder contribuir para isso estou cá e estou disponível....

Vamos quebrar a correntes que nos aprisionam e vamos viver em liberdade de medos hivicos.

Publicado por RU2X em Setembro/2006

11 Comments:

Blogger R.Almeida said...

Uma agrad�vel surpresa :). Est� muito bom o teu texto, desde j� os meus parab�ns.
Bjs do Raul

15/4/08 09:56  
Blogger wind said...

Excelente artigo!
Há que desmistificar a sida.
Beijocas

15/4/08 10:38  
Blogger Carla said...

Fatyly
que lucidez espantosa nestas palavras! claro que o mais fácil é falar do óbvio...tudo o resto convém deixar adormecido! Mais uma vez surpreendida pela tua fabulosa capacidade de análise
beijos amiga

15/4/08 11:12  
Blogger peciscas said...

Muito bom o teu texto.
Acho que, perante esta complexa questão, ainda circula por aí muito terrorismo informativo de braço dado com muita desinformação.
No entanto, como dizes,
É difícil tirar conclusões, mas que algo está errado disso não tenho dúvidas.

15/4/08 13:06  
Anonymous Anónimo said...

Vou tentar também falar da Sida.

Porque é um tema difícil, para mim.
Acho que nunca nada é pouco, para a desmistificar.

beijinhos

15/4/08 13:53  
Blogger Fatyly said...

Raul
Como disse sempre que vou a um blog leio e releio de fio a pavio, e este teu texto marcou-me pela simplicidade das tuas palavras nas quais encerram tudo! Parabéns rapaz:)

Wind
De facto e este blog e o seu autor é uma mais valia para quem padece e sobretudo para quem não sabe, não percebe lidar com a doença, confundindo alhos com bugalhos. Os media deviam aportar mais numa informação positiva do que a desinformação a que nos vão impingindo sobretudo as televisões e mais responsável por ser paga por todos nós - a televisão estatal!

Carla
Obrigado eu:)

Peciscas
O TEXTO NÃO É MEU mas sim do RU2X - Raul dono e senhor do blog que refiro:)
Quanto ao resto subscrevo na integra:)

Marta
sem sombras de dúvidas e conseguirás escrever...como escreves - deixa-te de tretas:) és fabulosa!

Beijos e obrigado

15/4/08 18:28  
Blogger mfc said...

É preciso sempre alertar!

15/4/08 20:21  
Blogger Odele Souza said...

Acho perfeita a idéia de publicar um texto escrito pelo autor do blog, porque como foi escrito há tempos, há muita gente que não o leu. E por vezes, como é o caso aqui, é um material informativo muito rico.

Um abraço pra ti querida Fatyly.

16/4/08 01:47  
Blogger xistosa, josé torres said...

A desmistificação é imperiosa, mas não se faz.
Não sei a quem aproveita ...
Um caso muito mais grave é a tuberculose, essa sim, contagiosa oralmente e algumas formas altamente perigosas.
Mas as imagens que são transmitidas pelas TV(s), levam as pessoas a fugir duma doença e cair nos braços da morte, em último grau.
Um pouco de cuidado e medicação acertada curam mais depressa que a tuberculina a que os corpos, dos doentes já se habituaram:

Há falta de informação.

Mas o que não falta neste país???

16/4/08 01:58  
Anonymous Anónimo said...

O principal problema, julgo, é que estas é daquelas coisas que "só acontecem aos outros"...

Beijinho

16/4/08 23:04  
Blogger Fatyly said...

Odele
Subscrevo na integra.

Mfc
sempre, sempre, sempre!

Xistosa
falta muita coisa neste país, mas façamos nós a diferença em falar dos estigmas da sociedade.

Igbolhares
em quase tudo é que muitos procedem.

Beijos e obrigado

17/4/08 07:41  

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