segunda-feira, julho 30, 2007

Adivinha

ADIVINHA













Qual é a coisa qual é ela que
Tem orelhas de gato
E não é gato
Focinho de gato
E não é gato
Rabo de gato
E não é gato?

sábado, julho 28, 2007

Pai...

Simples coincidências...













Sete da manhã.
Fui buscar o pão e pelo caminho alguém assobiou...lembrei-me de ti!
Fui tomar um café no mesmo sítio de sempre...lembrei-me de ti!
Só estava eu e começava a saborear o café quando entrou um senhor octagenário, com três pés de buganvílias...lembrei-me de ti!
Deu as saudações às quais respondi e no seu passo lento deu dois ao Sr.Carlos que pôs numa jarra e com um sorriso tão bonito ofereceu-me o terceiro e saiu!
Sr.Carlos quem é?
Ah é um senhor que vive sózinho numa das vivendas assim e assado...
Sinceramente nunca o tinha visto mas agora já sei porque tem a jarra florida!
De facto é verdade, mas sempre que ele vem aqui lembro-me do seu pai!
Que coincidência, vindo do nada um senhor ofereceu-me um pézinho com 5 flores de buganvília vermelha precisamente a trepadeira que o meu pai tanto gostava e ladeava a nossa casa em Angola.
Fui a pé pelo trajecto referido pelo Sr.Carlos e realmente a referida vivenda está totalmente florida. Que maravilha!

Que coincidência pai logo hoje que fazias 85 anos!
Lembro-me tanto de ti e beijo-te com o mesmo amor!

quarta-feira, julho 25, 2007

Dsabafo de um português além fronteiras...

Porque há uns anos que o leio e porque na minha modesta opinião este país não valoriza a "prata da casa" mesmo com obras publicadas (leiam no blogue), partilho o seu desabafo:

Cambada de incompetentes


É quarta – feira e são onze e meia da manhã.
Ligo a Tv. e o respectivo receptor da parabólica para trazer até à minha sala o meu querido Portugal.
Decepção! Lá está o programa habitual, certinho, igualzinho.
Passo pelos outros canais e a dose repete-se, quase tirada a papel químico. Os mesmos temas! Os mesmos artistas!
É verdade que o meu país é pequeno, logo o lote dos seus artistas é forçosamente pequeno, mas que raio! É sempre alguém da mesma colecção, devidamente apoiada e viciada! Hoje está neste, amanhã no outro, e assim passam por todos.
Nas duas primeiras semanas de Julho estive de férias em Portugal.
“ Tenho que puxar a brasa para a minha sardinha, se não for eu, ninguém o vai fazer” - pensei.

continuem a ler AQUI

terça-feira, julho 24, 2007

A Mulher Cão














(Sobre o quadro de Paula Rego)

Ela acendeu a brasa do fogão
anos e anos a fio.Esfregou o soalho
lavou a roupa e os vidros
da janela costurou bainhas
descosidas e levou toalhas a cheirar
a rosmaninho à senhora do andar
de cima.

Foi ao quintal buscar hortelã
para a canja e adormeceu ao som
das gargalhadas felizes dos meninos
hoje já todos engenheiros
com a Graça do Senhor.

Agora está atada ao côncavo
da terra por atilhos
grossos.Ladra à lua
e tudo nela
é carne e sangue.

Morde a mão
e dança a valsa
sobre o chão confuso
de algum sonho diluído lá no longe
nos botões do maestro
do coreto aos domingos e feriados.

Ela é grossa
e ladra à lua.
Sente o corpo a crepitar
e rasga o coração.

Inesperadamente
entre coágulos de sangue
fala línguas
que nunca ninguém lhe ensinou.

Está atada
à sangrenta forja
das gramáticas lunares e procura
uma palavra
um nome mesmo que obscuro
e difícil de entender.

É uma mulher grossa
e no côncavo do corpo
fala línguas
sem sentido.

Deixou secar os coentros
a salsa e a hortelã.

Chama-se cão e ladra à lua.

Vive atada
às chamas que a consomem.


José Fanha, in “Marinheiro de outras luas”

segunda-feira, julho 23, 2007

Vasculhando o meu sotão














(foto Finúrias)


Linguagem das flores...

Olhando para o nosso mundo
Vejo o planeta tão desigual
Nascem no coração bem fundo
Flores de Pessegueiro-Amor Conjugal.

As guerras feitas pelos dirigentes
na ganância os seus olhos se fecham
Mas existem outros olhos inteligentes
Dálias Vermelhas-os teus olhos queimam.

Questionar o motivo de tão horrível indecência
No meio de tantos Narcisos - Egoísmo e Vaidade
Por sermos Margaridas Pequenas e Brancas-Inocência
Apenas suplicamos e aguardamos pelo fim da barbaridade.

Mas quando a guerra termina
O velho mundo pula e avança
E no nosso interior germina
Amêndoeiras em Flor-Esperança.

No meio de tantos escombros aparecem
Lírios Silvestres - Regresso à Felicidade
De novo todos os povos juntos renascem
Em jardins de Jasmins Brancos - Amabilidade.

E os povos nessa união, trocam
Camélias Japonesas - Arrependimento
Os olhos menos tristes... focam
Camélias Vermelhas-Reconhecimento.

Em todos os continentes a vida retorna
Como Cravos Brancos-Ingenuidade-Amor Ardente
Cada um de nós a sua vida adorna
De Flores de Lis - Beleza Atraente.

Por uma Flor de Castanheiro - Perfídia
Dou-te Magnólias - Amor à Natureza-Simpatia

Por uma Giesta - Desesperança
Dou-te Iris Azuis - Confiança

Por um Amor-Perfeito - Recordação
Dou-te Nenúfares - Pureza de Coração
-
E de cada um de vós apenas peço... uma
Flor de Alecrim - A tua presença dá-me forças!

Fatyly

sábado, julho 21, 2007

BOM FIM DE SEMANA

















terça-feira, julho 17, 2007

Pombos...


















(imagem do google)


Sinceramente não sei que embirração têm estas aves contra a minha pessoa.
Passo a explicar:
Fui visitar um amigo a um lar. No regresso feito a pé, fui literalmente bombardeada por uma descarga intertinal de três destes safados.
Se estivesse sózinha era mira certeira mas várias pessoas vinham quer atrás de mim quer à frente e a mira foi mesmo certeira.
Agora tenho uma t-shirt, calças de ganga e a carteira pintanda de verde e espero que saia senão vou ao ministério dos pombos apresentar uma queixa de danos pombais!
Chiça que é por demais!!!!

Um resto de bom dia!

domingo, julho 15, 2007

Câmara Municipal de Lisboa

Hoje foi dia de eleições para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. A abstenção foi arrasadora (62,4%)o que me deixou bastante preocupada.

Fiz a minha leitura das várias razões (in)justificáveis para tal:

- Por ignorância
(de facto, os meandros da política, os princípios (nunca cumpridos) que regem os partidos políticos, os próprios políticos, os debates paupérrimos e numa linguagem nada acessível, folhetos que não servem para nada, livros que poderiam ser distribuídos gratuitamente, levam a que a maioria do povo fique na ignorância total e sobretudo que não se interesse por nada)
- Por não saber em quem votar
(um dilema que poderia ser colmatado com um voto em branco, não beneficiando desta forma o percentual que cada partido obteve nomeadamente o vencedor)
- Que não indo votar seria a forma de mostrar ao governo um "cartão vermelho"
(o maior e mais grave erro originando o que falei no ponto anterior)
- Porque simplesmente não lhes apeteceu sair de casa ficando no seu comodismo.
(ainda mais grave, porque o voto é um dever cívico e como tal deveria ser cumprido. Há países democráticos em que o voto é obrigatório e quem não votar desde que não justifique incorre no pagamento de multas e perca de regalias).

Posto isto acho que afinal os lisboetas gostam de quem os governa e que não estão tão mal como dizem. Mesmo assim...dou o benefício da dúvida.

NÃO VOTAR É O TOLDO QUE ENSOMBRA A DEMOCRACIA

Não sendo formada e percebendo pouco de política, mas atenta ao que se passa em Portugal, pergunto:

1- Estou certa ou errada?

2- Pelos resultados obtidos o PS-António Costa com os seus 29,4% vai ter a vida facilitada aplicando a velha lengalenga: não se fez isto e aquilo devido à oposição e também porque a Assembleia é PSD-dividido ou será mais uma trapalhada do caraças?

Gritam agora que obtiveram a "maior vitória", facilitada pelo absentismo, mas pelo sorriso amarelo de António Costa li que foi a sua maior derrota, porque pensava obter um ovo de avestruz e saiu-lhe um ovo de codorniz.

POR DARFUR...

...mensagem de Yoko Ono

BOM DOMINGO

Sabiam que hoje é DOMINGO?
Claro a maioria ainda dorme, o que eu acho muito bem, há que aproveitar!
Já fiz montes de coisas desde tratar da bicharada e flores de uma vizinha que está ausente, tomado o meu cafézinho, passeado a pé, pendurado o pão na porta da minha mãe, etc, etc.

O tempo está de chuva e não vou sair porque tenho as MotosGP- grande prémio da Alemanha e o Tour de França.

Vou agora apanhar o avião.

sexta-feira, julho 13, 2007

A Reunião Geral dos Ratos













Relata que uma vez os ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma reunião para encontrar um jeito de acabar com aquele transtorno.
Muitos planos foram discutidos e abandonados.
No fim, um rato jovem levantou-se e deu a idéia de pendurar uma sineta no pescoço do gato; assim, sempre que o gato chegasse perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo.
Todo mundo bateu palmas, o problema estava resolvido.
Vendo aquilo, um rato velho que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto e falou que o plano era muito inteligente, que com toda certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim.
Só faltava uma coisa: quem iria pendurar a sineta no pescoço do gato?

Moral:

Falar é uma coisa, fazer é outra.
Não basta apenas ter idéias e planejar, mas a execução é fundamental para se atingir os objetivos.



Fábula atribuída a Esopo e recontada por La Fontaine
daqui

terça-feira, julho 10, 2007

DESAFIO- proposto pela Marta

A Marta desafiou-me a contar quais as minhas cinco últimas refeições.

Devo dizer-vos que há muitos anos e já é uma rotina, como alguma coisa de duas em duas horas e as refeições são sempre um niquinho. A razão? por ter a glicemia sempre abaixo dos valores mínimos. Vá lá que a semana passada o médico não me deu nas orelhas porque tinha 60.

Entendo como refeições o matabicho(pequeno-almoço) 7/8 da manhã, almoço (12 h) e jantar(17h) e vou dizer pela ordem inversa:

- perna de perú estufada com massa verde em forma de ninhos
- uma tigelona da sopa (com todos e triturada) que fiz para as netas
- um copão de leite, um pão com becel (detesto manteiga) e lá fora uma bica
- o resto do arroz de polvo com salada
- arroz de polvo

nos intervalos como fruta, gelatina ou batidos de fruta com leite porque não gosto de iogurtes e bebo imensa água. Devia comer mais doces mas sou pouco apreciadora e como de vez em quando um quadrado de chocolate nomeadamente na semana antes de fazer as análises (gargalhadas).

Não passo a ninguém o que não impede de quem quizer responder que o faça!

segunda-feira, julho 09, 2007

Desanuviando...

Se andasse na Montanha Russa ficaria em pior estado





















Telepatia...sintonia...linguagem gestual

Fernando Pessoa

"Sorriso audível das folhas"
















Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para afins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar de estar olhando
Olha não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa


Havia um menino






Havia um menino,
que tinha chapéu
para pôr na cabeça
por causa do sol.

Em vez de um gatinho
tinha um caracol
dentro do chapéu:
fazia-lhe cócegas
no alto da cabeça

Por isso ele andava
depressa,depressa
para ver se chegava
à casa e tirava
o tal caracol
do chapéu, saindo
de lá e caindo
o tal caracol

Mas era,afinal,
impossível tal,
nem fazia mal
nem vê-lo,nem tê-lo:
porque o caracol
era do cabelo

Fernando Pessoa

quinta-feira, julho 05, 2007

21 de Junho de António Lobo Antunes












Almoço com a minha filha mais velha, pelos seus anos, num dos restaurantezinhos próximos do sítio onde escrevo. De vez em quando o telemóvel dela toca e parabéns, parabéns, aqueles que não consigo dar-lhe porque no dia do nascimento estava a dez mil quilómetros de distância. Não perdoo quase nada à Ditadura e o que menos lhe perdoo foi não ter assistido à gravidez da mãe e não estar presente quando chegou. Soube da sua vinda ao chamarem-me à barraca da rádio, por uma mensagem de Luanda, no dia seguinte, e apenas uma ou duas semanas depois chegaram fotografias pouco nítidas, enovoadas pelas minhas lágrimas de emoção e raiva. Uma filha fantasma em que não podia tocar, não podia ter ao colo, não podia beijar. Lembro-me de ter ido para junto do arame farpado, sozinho, num sofrimento imenso, e diante de mim, o rio, a mata, a infinita paisagem da minha dor. Conheci-a com quatro meses, deitada no berço a dormir, inclinei-me para ela e continuo, ainda hoje, a sentir o seu cheiro, a ver as suas mãos, o seu corpo, o seu cabelo loiro, os pezinhos que me cabiam inteiros na boca. Conheci-a com quatro meses, exausto da guerra, e dali a pouco fui-me embora outra vez. Cada 21 de Junho, ao olhá-la, vem-me à cabeça, como num vómito instântaneo, o que acabo de escrever. Fico muito quieto à frente dela no restaurante, tenha a idade que tiver, com os seus pés na minha boca e o seu cheiro a embuchar-me. Quis tanto que viesse: pensava - Vou morrer aqui - pensava - Se tiver um filho ainda que morra não morro - e desde então é a certeza da minha imortalidade e da minha permanência. Mesmo hoje, passadas mil luas, dou por mim não com ela, no Chiúme (o sítio miserável onde então apodrecia) a pensar
- Tenho uma filha, tenho uma filha e não tinha fosse o que fosse a não ser as letras do rádio e fotografias a preto e branco num quarto de maternidade, que não parava de olhar na esperança que o bebé começasse a mexer-se, a sorrir, a existir de facto, a acordar ao meu colo. Toda a guerra é horrível: os mortos, os feridos, o isolamento, a estupidez cruel, as nossas existências precárias e indignadas. Mas, maior que isso, o nascimento da minha filha foi o que mais me custou pela violência dos sentimentos contraditórios que acendeu em mim, pela dúvida – Será verdade, não será verdade? E pela minha furiosa, quase assassina indignação. A minha mãe nasceu quando o pai dela na guerra também, em França, de onde voltou (tenho o seu diário) gaseado e desfeito. Porém uma coisa era saber isto e outra coisa vivê-lo. Se Deus me fizesse o favor de voltar com os ponteiros para trás, agradecia: nada se pode comparar, julgo eu, a estar presente na altura em que uma criança nossa (em que uma criança minha) rompe no mundo. Por isso o dia 21 de Junho (21 de Junho, São Luis Gonzaga, Confessor) é uma data estranha que nunca se pacifica cá dentro. Volto a África (não é a sensação de voltar a África, é de não ter saído de lá) estou em África e um soldado vem chamar-me à barraca da rádio. O cripto entrega-me um papel – Rapariga – e eu de papel em riste, aparvalhado, incrédulo, com o coração num pingo. Como esta expressão é verdadeira: o coração num pingo. Não é uma imagem nem uma metáfora: o coração num pingo. De forma que na semana passada, no restaurantezinho perto do sítio onde escrevo, o coração num pingo. Não posso meter os seus pés na minha boca (cresceram imenso) e a minha dificuldade em exprimir ternura impede-me de a abraçar como desejaria. Para ali fico, aparvalhado: parece uma mulher e mentira: é o bebé que me roubaram, é a alegria que recusaram dar-me. É o meu bebé e o meu bebé come de faca e garfo, atende o telemóvel, cresceu inacreditavelmente depressa para a ter no colo. Comemos cerejas do mesmo prato, falamos disto e daquilo e nenhum de nós fala coisa que se veja. O facto de comermos cerejas do mesmo prato comove-me. De vez em quando os nossos dedos roçam-se, apetece-me apertar-lhos e não os aperto: estou de papel em riste a ler – Rapariga - a ler - Rapariga – diante do silêncio dos soldados, do silêncio da mata, do silêncio de Angola. Sou um pingo farpado, uma gotinha que vibra. Sou um alfereszito de vinte e tal anos a tremer contra o arame farpado. Um camarada meu aproximou-se: o Eleutério. Gostava, gosto do Eleutério. Regressava sempre da mata num molho de brócolos, com o pelotão atrás. O Eleutério chegou ao meu lado e ficou ao meu lado. Nenhum de nós disse nada. E, apesar disso, que conversa comprida, cheia de fúria e alma em tiras, naquele silêncio. Agradeço-te, Eleutério, o que trocámos sem palavras. O capitão para mim: - Parabéns, parabéns - e compreendi nesse momento que a resposta possível a – Parabéns, parabéns
era a cabeça voltada para o outro lado e a exclamação
- Caralho
tão baixinho que o mundo inteiro ouviu!


CRÓNICA de António Lobo Antunes
In Visão nº. 748 de 5 de Julho de 2007

quarta-feira, julho 04, 2007

Aproveitar...


















Hoje ninguém me apanha
vou andar sem destino
nem sequer uma aranha
me impedirá o caminho!

domingo, julho 01, 2007

AQUARELA - Toquinho

Há anos que a oiço...e a minha vida sempre foi isto



Vou dormir e até amanhã

BOM DOMINGO

Divirtam-se