Festa dos avós
Durante esta semana ocorre a “festa dos avós” no colégio das minhas netas.
Hoje foi de quatro salas, duas das quais são as delas.
Os avós deveriam levar uma especialidade sua e a mim coube-me um bolo. Fi-lo com muito carinho.
Lá fui, entrei, vi a exposição feita pelos pequenotes e as mensagens carinhosas deixadas pelos pais, todas elas com uma fotografia antiga. Deparei-me com uma que sinceramente já nem me lembrava dela, eu com vinte e oito anos, de fato de banho e ao colo a minha filha com quatro. A mensagem da minha filha tocou-me muito e as lágrimas começaram a trair-me. Depois fui-me sentar onde iria ocorrer a pequenina peça teatral. A canalha já lá estava.
Com uma música de fundo bastante suave, a directora lia pausadamente uma história feita pelas educadores e auxiliares – A importância dos avós - acompanhada com expressão dramática de todos os garotos. Aí chorei, porque de facto era de uma ternura sem limites e eles tão felizes no seu papel. Quase no final da história, seis deles incluindo a minha neta levantaram-se da roda e começaram a pintar um painel no qual apareceram seis figuras humanas e um grito inesperado da minha: Bóoooo esta és tu e na cor de que gostas. Gargalhada geral.
Quando acabou vieram logo a correr para mim.
Bó mas estás a chorar porquê? Não gostaste da história e das nossas “irritações” (imitações) e de seres encarnada?
Não linda, a avó chorou porque gostou muito.
Bó agora vamos lanchar.
Está bem deixa sair toda a gente e depois vamos nós. Sabes que a mana só quer colinho e tenho medo daquela escada.
Dez minutos depois lá fomos lanchar, cada uma deu-me uma prenda feita por elas e fomos brincar para o jardim. A mais velha ainda teve a aula de hip-hop e enquanto esperava por ela fiquei com a mais pequenina, já com a sua “nê” (chucha) e enroscada no meu peito.
Nesse espaço de tempo pensei como realmente a vida dá tanta volta e doeu-me cá dentro, mas doeu-me mesmo. Havia crianças com quatro avós e até com bisavós e eu sozinha com duas pirralhas. Fui pai e mãe e agora sou avó quatro vezes. A avó paterna e o avô materno, faleceram sem as terem conhecido e o avô paterno, pouco ou quase nada ligava a estas iniciativas, mas infelizmente já está num lar há quase um ano.
Sem ser actriz ou coisa que me valha, sempre tive o papel principal num cenário de uma vida, mas por vezes gerir estas emoções tortuosas não é tarefa fácil!
Quando a minha filha diz, sabes mãe eu penso muitas vezes, talvez não passe de um sonho, que se o pai fosse vivo e pelo que percebi e senti no seu último ano de vida, ele seria um bom avô.
Fazes bem filha já que o sonho comanda a vida e quando um homem sonha o mundo pula e avança.
Já desabafei e agora vou dormir!
Hoje foi de quatro salas, duas das quais são as delas.
Os avós deveriam levar uma especialidade sua e a mim coube-me um bolo. Fi-lo com muito carinho.
Lá fui, entrei, vi a exposição feita pelos pequenotes e as mensagens carinhosas deixadas pelos pais, todas elas com uma fotografia antiga. Deparei-me com uma que sinceramente já nem me lembrava dela, eu com vinte e oito anos, de fato de banho e ao colo a minha filha com quatro. A mensagem da minha filha tocou-me muito e as lágrimas começaram a trair-me. Depois fui-me sentar onde iria ocorrer a pequenina peça teatral. A canalha já lá estava.
Com uma música de fundo bastante suave, a directora lia pausadamente uma história feita pelas educadores e auxiliares – A importância dos avós - acompanhada com expressão dramática de todos os garotos. Aí chorei, porque de facto era de uma ternura sem limites e eles tão felizes no seu papel. Quase no final da história, seis deles incluindo a minha neta levantaram-se da roda e começaram a pintar um painel no qual apareceram seis figuras humanas e um grito inesperado da minha: Bóoooo esta és tu e na cor de que gostas. Gargalhada geral.
Quando acabou vieram logo a correr para mim.
Bó mas estás a chorar porquê? Não gostaste da história e das nossas “irritações” (imitações) e de seres encarnada?
Não linda, a avó chorou porque gostou muito.
Bó agora vamos lanchar.
Está bem deixa sair toda a gente e depois vamos nós. Sabes que a mana só quer colinho e tenho medo daquela escada.
Dez minutos depois lá fomos lanchar, cada uma deu-me uma prenda feita por elas e fomos brincar para o jardim. A mais velha ainda teve a aula de hip-hop e enquanto esperava por ela fiquei com a mais pequenina, já com a sua “nê” (chucha) e enroscada no meu peito.
Nesse espaço de tempo pensei como realmente a vida dá tanta volta e doeu-me cá dentro, mas doeu-me mesmo. Havia crianças com quatro avós e até com bisavós e eu sozinha com duas pirralhas. Fui pai e mãe e agora sou avó quatro vezes. A avó paterna e o avô materno, faleceram sem as terem conhecido e o avô paterno, pouco ou quase nada ligava a estas iniciativas, mas infelizmente já está num lar há quase um ano.
Sem ser actriz ou coisa que me valha, sempre tive o papel principal num cenário de uma vida, mas por vezes gerir estas emoções tortuosas não é tarefa fácil!
Quando a minha filha diz, sabes mãe eu penso muitas vezes, talvez não passe de um sonho, que se o pai fosse vivo e pelo que percebi e senti no seu último ano de vida, ele seria um bom avô.
Fazes bem filha já que o sonho comanda a vida e quando um homem sonha o mundo pula e avança.
Já desabafei e agora vou dormir!
de Fatyly às 23:02
6 Sorrisos
